sexta-feira, 27 de março de 2009

Carlsberg Cup

No passado dia 21, a segunda edição da Taça da Liga chegou ao seu final, num jogo que opôs os dois “grandes” de Lisboa.
Com caminhadas muito semelhantes, Benfica e Sporting chegaram à final da edição 2008-2009 da mais recente competição nacional (nas meias-finais, os “leões” derrotaram o FCPorto por 4-1, e os encarnados eliminaram o Vit. Guimarães por 2-1), reeditando assim o derby mais esperado do futebol português.
Antes do início do jogo, tudo preparado para o grande espectáculo de futebol que se esperava: uma grande transmissão televisiva (da SIC), com todas as incidências que antecederam a partida; um público entusiasta que apareceu em massa, enchendo o Estádio do Algarve, apoiando as suas equipas, mas sempre com fair-play; e, claro, duas grandes equipas do futebol português defrontando-se e lutando pela conquista de um dos títulos em disputa nesta temporada. No entanto, como em muitos outros confrontos entre estes dois clubes, desta vez a polémica acabou por tomar conta das incidências.
Com um relvado pouco propício à técnica, os jogadores de ambas as equipas tentaram contornar esse problema. Numa primeira parte equilibrada, a primeira ocasião de golo pertenceu a Nuno Gomes que, na cara de Tiago, não foi capaz de melhor do que um passe para o guarda-redes leonino. Logo depois, o Sporting também teve uma boa oportunidade, com Liedson a conseguir ultrapassar Quim, mas David Luiz desviou a bola sobre a linha de baliza. O intervalo chegou com o zero-a-zero no marcador e com uma amostra do que se poderia esperar para a segunda metade do jogo.
Logo no início do segundo tempo (3’), uma bola ao poste, por Liedson, permitiu a recarga a Bruno Pereirinha, que colocou, assim, o Sporting no bom caminho para a conquista da taça. O Benfica tentou responder, mas não conseguiu fazê-lo da melhor forma. Quique Flores fez então uso das suas substituições, na tentativa de refrescar o ataque encarnado. A entrada de Di Maria trouxe realmente um pouco mais de velocidade à partida e foi com uma jogada sua que a polémica começou. Num lance individual, o jogador argentino conseguiu entrar na área sportinguista, mas a bola foi desviada por Pedro Silva.
Porquê a polémica? Lucílio Baptista decidiu tratar-se de um desvio com o braço e, consequentemente, marcou grande penalidade. Pedro Silva, que já antes vira cartão amarelo, foi expulso e Reyes converteu o penalty que empatou o jogo. A partir daí, os ânimos aqueceram e alguns jogadores pareceram jogar de cabeça perdida.
Deste modo, o encontro terminou empatado a uma bola e o vencedor foi decidido através da marcação das grandes penalidades. Nestas, o herói foi Quim, que defendeu três castigos máximos e levou a taça para a vitrina encarnada.
Mas nem só do vencedor se fala! Se a marcação de uma grande penalidade é sempre alvo de contestação, neste jogo isso não podia ser diferente: por um lado, porque o resultado da mesma foi a mudança do rumo dos acontecimentos; por outro, este foi claramente um chamado “penalty fantasma”. Pedro Silva não desviou a bola com a mão, mas sim com o peito! O árbitro de Setúbal transformou-se, assim, na figura-maior da final da Taça da Liga, numa situação que, cinco dias depois, ainda faz correr muita tinta.
Os sportinguistas sentem-se injustiçados. Os benfiquistas defendem que também já perderam muitos jogos importantes devido a erros de Lucílio Baptista. Mas, afinal, quem tem razão? A verdade é que, com ou sem razão, o futebol em si deixou de estar em primeiro plano. Será isso o que de mais “podre” existe no futebol português?

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